domingo, 30 de outubro de 2011

CONFISSÕES DE UM SÃOPAULINO, HOJE, SOFREDOR

São Paulo no chão


Por Jeferson Mattos

Da Redação do Blog da Máquina



É irônico que, passados quase 3 anos, meu time se encontre exatamente na posição que Muricy o deixou: no chão. Pior, sem perspectiva de se levantar. E não é por falta de jogadores. Apesar das recorrentes cagadas da Diretoria, o elenco tem qualidade suficiente pra decolar, mas para isso é preciso que algum "professor", pelo amor de Deus, uma vezinha só que seja, saiba identificar as características dos jogadores, em que posição eles rendem mais, para aí sim montar o time, isso sem que ninguém precise ser contratado ou dispensado. Estranho, não? Como assim?

Rememoremos: a Diretoria, antes das trocas deficitárias, contratou volantes à baciada (Leo Lima, Arouca, Cleber Santana, Carlinhos Paraíba e mais alguns que nem lembro mais, isto tendo Hernanes e mais alguém que não me recordo à disposição, Wellington e Casemiro prontinhos na base), e vocês sabem, fartura numa posição, quando não há ninguém que se destaque, é pobrema pro técnico, problema que se acentua pela incapacidade, já citada, em reconhecer a singularidade do boleiro, incapacidade que faz com que jogador de inegável qualidade, como Cleber Santana p.ex., seja crucificado por não conseguir armar o jogo. Mas quem disse que ele é armador? Sempre foi volante, não tem nem cacoete de armador. Muricy preteriu Borges em favor de Washington, Junior Cesar e volantes em favor de Richarlyson, Arouca em favor de alguém menos votado, enterrou dezenas de laterais-direito, queimou Dagoberto (só recentemente teve tranquilidade pra jogar), pôrra, e ainda tem gente que fala que o cara é vencedor, esquecendo-se de que quem joga é o jogador, o técnico é fundamental quando não consegue atrapalhar. Olha aquele Ricardo Gomes. Meu, como é que pode um cara, tendo sido o jogador que foi, rodado pelo globo, não saque nada, nadinha das tais características do jogador? Dagoberto na esquerda não existe (fecha sempre pro meio, não faz combinação nenhuma com o ala), Marlos na ponta direita não existe, o mesmo acontecendo com Lucas, que é... que é... ponta-de-lança, isto mesmo, aquele que parte do meio-campo com a bola dominada pra combinar com o centro-avante, acionar os alas. Por falar em alas, meu Deus, a quanto tempo eu não vejo isto no meu time. Não há esforço físico que possa compensar a bagunça tática. Os "professores" armam o time com 3 zagueiros de centro pra enfrentar times médios sul-americanos... em casa, quando há mais chances de se fazer bom resultado; armam o time com 3 volantes e 3 atacantes; armam o time com 2 volantes e 4 atacantes (Lucas, Marlos, Dagô e Luis Fabiano, no último desastre) num contexto moral e físico (casa do adversário) totalmente adverso. Eu, que gosto demais de 3 armadores (e o São Paulo tem: Rivaldo, Cícero, Carlinhos, que arma o jogo sim, chuta muito bem, além de defender maravilhosamente - só isso, e o Muricy nem sabia que ele existia...) e só 1 na frente, fico me retorcendo na cadeira vendo a total impossilidade de criação de jogadas ou de outra coisa que não seja o Deus dará, já que os alas do time não foram apresentados à linnha-de-fundo. Assim fica difícil. O choque que Juvenal queria dar com a contratação daquela besta, devia dar no seu rabo - é sacanagem atirar sobre as costas dos jogadores o peso da vergonha causada pela inépcia de diretores e incompetência de treineiros.

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