quarta-feira, 30 de março de 2011

A PALAVRA DO DT DA MÁQUINA EM SÃO CARLOS-79

Depoimento sincero do treinador Enio Pinto de Almeida.

Estudei na Federal de São Carlos 1974-75, mas mantinha amizades maiores com o pessoal do alojamento da USP. Nos finais de tarde as peladas eram obrigatórias. Muitos que moravam lá faziam parte do time de futebol da faculdade. Em 1979 já estudava na USP em São Paulo e participei ativamente da campanha pela Anistia. O Catolé e o Chaim eram militantes da Libelú. Eu, o Pena, éramos simpatizantes (acho que o Paulé e o Nilsinho também) e vivíamos fazendo bancas, coletando assinaturas. Foi dessa campanha que nasceu a idéia de fazer um jogo. Pintou então a oportunidade de realizarmos em São Carlos, no campo da cidade, esse jogo. Na época, estudava na História- USP, o Paulo ( conhecido como Paulo Kolynos), que se ofereceu para nos levar ( ele tinha um ônibus). Nos aprontamos, mas, no último momento ele apareceu e com uma milonga de que o ônibus tinha encrencado,..... enfim, nos deixou na mão. Além da equipe, outras pessoas também iam participar do evento como torcida. Acabamos formando dois grupos: uns optaram pelo ônibus e outros pelo trem. O ônibus foi, obviamente, mais rápido. Quando a turma do trem chegou, os que lá já estavam levavam longe uma bebedeira e tanto. Pagamos a conta, fomos para o alojamento e para uma outra República, aonde deveriam ficar as garotas. Deixamos as malas e partimos para uma outra bebedeira, madrugada a fora. Imaginem a condição dos alcoolatletas, na manhã seguinte, para o jogo. Logo no primeiro tempo o Sidney saiu e deitou na beira do gramado, passando mal, isso sem falar do Pena que exibia uma pujante cor verde pardacenta. Apesar dos pesares enfrentamos a equipe da USP -São Carlos de igual para igual. O primeiro tempo, se me lembro , terminou empatado ou com o placar de 2x1 para eles. O gol do Catolé foi no primeiro tempo e foi um golaço. Se cruzou a bola ou não, somente ele poderá dizer. Penso que não, uma vez que de onde chutou somente uma bola direta seria possível (de qualquer forma foi um gol antológico ). Quando voltamos para o segundo tempo, com um calor Saárico, a coisa degringolou. Os caras chegaram até a tirar par ou impar na nossa área para ver quem fazia o próximo gol (perdemos de 7x1). Não fizeram mais porque havia perdido a graça. Todavia o nosso propósito havia sido alcançado - A faixa pela Anistia havia sido estendida.

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