quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

INICIO DA TEMPORADA 2010


Por Zé Lins
Da redação do Blog da Máquina


FATOS ESTRANHOS

De acordo com os astrólogos, o ano do tigre será intenso e explosivo. Vai saber o que eles querem dizer com isso. Entretanto, pelo que se viu no último sábado, arriscaria dizer que poderá ser um ano estranho.

Foram detectados alguns aspectos pontuais, aparentemente não interligados e fora dos padrões, que podem indicar um desalinhamento dos astros neste início de ano. Talvez, até seja um sinal daquelas visões que o Aviro teve recentemente, citadas por ele no e-mail VATICÍNIOS, e que revelará aos iniciados no momento apropriado.

Seguem os lances que mais chamaram a atenção:


1. Atletismo - 6m rasos

Não que não mereça ser qualificado de atleta de grande explosão – que digam suas articulações, todas já explodidas -, mas o Airton, que corre com uma perna e arrasta a outra, ganhar na corrida do Magrão, nos seis metros rasos, já é demais. Foi o que aconteceu.

2. Cruzamento na rede

Muitas vezes, ao se tentar um cruzamento, a bola descreve uma trajetória não prevista, engana o goleiro e tem como destino o fundo da rede, sem que esse fosse o objetivo inicial do atacante. Em geral, é um lance interessante e motivo para horas e horas de mesas redondas e entrevistas com o jogador na tentativa de desvendar se foi proposital ou não.

Quando o Lugão ameaçou fazer um lançamento de longíquos 8 metros e considerando que pontaria não é seu forte, existia , de fato, uma remota possibilidade de que isso pudesse também ocorrer. Para frustração de seu time e surpresa geral, não foi o que aconteceu. Aliás, a única coisa em comum, entre os dois episódios, o da quadra e o dos estádios, foi a intenção de se fazer um cruzamento. Parou aí. Ao cruzar a bola, Lugão errou na medida e na direção, despachando-a para a lateral oposta, mais precisamente na rede situada acima do alambrado, a inacreditáveis 8 metros de altura. Tá certo que o seu alvo era o Silvestre, mas por mais alto que fosse nem se subisse nas costas de uma girafa adulta aproveitaria o lançamento.

3. Artilheiro

Perda de gols incríveis tem sido sua marca registrada, a qual parece aperfeiçoar a cada partida. Neste sábado, só para contrariar, Silvestre, marcou três gols e se tornou o artilheiro da rodada. Verdade seja dita, não foi uma contradição completa, para não perder o gostinho desperdiçou dois gols que qualquer bisavó faria com venda nos olhos.

4. Gol de placa

Marcos - especialista da MV em cusparadas de Lhamas, Alpacas e outras espécies de artiodáctilos, também tradutor-intérprete para missões no Mercosul e Caribe -, é outro que invariavelmente perde gols fáceis de serem assinalados. Desta vez, porém, criou a jogada sozinho, driblou dois adversários dentro da área inimiga e com um chute certeiro, no canto, venceu o Gato de forma inapelável.

5. Um verdadeiro "gentleman"

Será que Nilsão dará uma guinada em sua trajetória de xerife malvado e entrará numa fase zen, na temporada 2010? Quem acha impossível é porque não viu o que se sucedeu no último sábado.

Após um lançamento errado para o Santos, Nilsão lhe dirige a palavra e de modo cortês pede mil desculpas. Pode parecer um fato corriqueiro para um desavisado, mas para quem conhece a dupla é repleto de significados e contradições históricas. Eis a sequência dos principais disparates :

- Nilsão lança a bola para o Santos e não profere em altos brados nenhuma palavra de ordem, antes do dito cujo tentar dominá-la. Incomum!

- O lançamento de três dedos foi mal feito e Nilsão não xingou o Santos por ele não se esticar e nem se deslocar o suficiente na tentativa de interceptar a bola e remediar a jogada. Totalmente incomum! Em tempos normais, ele já teria descarregado a metralhadora giratória de palavras elogiosas de seu repertório.

- Nilsão admitiu que errou. Fato raríssimo ! Sempre, é o outro que erra. Em particular, em se tratando do Santos, isso é uma verdade, por definição.

- Pasmem todos, Nilsão pediu mil desculpas ao Santos. Inacreditável! Pelo que consta, ele aparentemente se encontrava lúcido e não havia sintomas de estado de delírio.

- Santos não reclamou, não fez bico e aceitou os vários pedidos de desculpa. Anormal! Em frontal desacordo com sua natureza.

- E mais, tudo transcorreu com a maior serenidade, sem o Nisão franzir a testa, cerrar os dentes, esmurrar o ar e nem esboçar um palavrão. Inimaginável!

Ainda é cedo para se afirmar se é uma tendência que veio para ficar ou se é algo passageiro. Estão dizendo que pode ter sido um mal súbito ou manifestação dos últimos resquícios do espírito light das festividades de final de ano. Há também interpretações de que ele pretende seguir os passos do Dalai Lama da MV, o estimado monge Marcão. A conferir nas próximas partidas.

A respeito do lançamento de três dedos, o Magrão se dispôs, gentilmente, a ajudar o Nilsão e lhe revelar alguns segredos, só os básicos é claro, dessa arte em que é perito.

6. TENTATIVA DE HOMICÍDIO

Por pouco o ano não começa em sangue e tragédia. Extremamente inconformado e irritado com a marcação de falta clara que cometeu sobre o Santos - apontada de imediato pelo juiz-jogador -, Gilmar extravasou toda sua ira mediante certeira bolada no costado daquele bicudo. Santos quase fica sem três costelas, que chegaram-lhe à boca e, num passe de mágica, retornaram ao lugar de origem. A dor na consciência e o remorso fizeram com que o autor do disparo prontamente pedisse perdão à vítima. Daí em diante, só foram gestos de carícias entre eles, a ponto de causar ciúmes no Orlando, que atento a tudo não largou mais do pé do Gilmar.

São ou não são fatos estranhos ? Ah, só para encerrar, o Paulinho disse que estava sem fôlego.

LUGÃO MULTIFUNÇÃO

Não satisfeito com as atividades que acumula, a de jogador-fundista(boa resistência, mas necessita pegar no tranco até atingir a velocidade de cruzeiro), juiz-jogador auto-nomeado (joga e apita ao mesmo tempo) e chefe da comissão de arbitragem (constituída por ele, Ricardinho e Lelé), Lugão será responsável pela área de climatologia da MV, no BLOG criado pelo Jorginho.

A posse no cargo se deu na sessão etílica do último sábado, após análise de curriculum (2º ano completo, na GEO-USP) e apresentação inflamada de sua teoria a respeito do aquecimento global. Segundo ele, são ditas muitas baboseiras sobre o assunto e até agora nada se provou em termos de relação causa e efeito, entre as atividades humanas e o aquecimento do planeta. Mais ou menos assim: aquecimento global é pura pirotecnia.

Apesar dessa visão polêmica, como primeira tarefa, encomendaram-lhe um estudo dos efeitos do aumento da temperatura sobre o desempenho dos atletas da MV, no último quinquênio e as perspectivas para a segunda década do milênio.

Aguardem as sábias manifestações do nosso "The Weather Man", epiteto pelo qual já é reconhecido.

REAJUSTE

Levantamentos realizados pela presidência indicaram a necessidade de atualização do valor venal dos passes dos atletas da MV, impactados positivamente que foram pelo reaquecimento do mercado de antiguidades no cenário doméstico. Isso posto, as mensalidades (as)saltaram de R$60 para R$70.

DESPEDIDA DO JORGINHO

Cumprida com sucesso sua missão eleitoral no Brasil, Jorginho, o ilustre enviado de Evo e embaixador da MV nos altiplanos bolivianos, retorna a seu posto na terra natal. A despedida oficial ocorreu após as partidas deste sábado, regada por duas garrafas de Johnny Walker, 12 anos, por ele patrocinadas. A festa foi divertida e dela ficou registrada uma observação bem humorada, do Magrão, que, ao pedir silêncio a todos, saiu com a seguinte pérola (foto): "eu nunca vi uma festa de despedida tão comemorada como esta!! ".

Durante sua estada no Brasil, Jorginho aproveitou e criou o Blog da MV que deixa em condições operacionais e aberto à participação de todos. Além disso, ele já se prontificou a organizar uma próxima excursão da MV à capital boliviana, em 2010.

DICA PARA O RICARDINHO

Amauri avisou que não irá jogar no próximo sábado, dia 16. Já entendeu ? Se não, aqui vai a explicação: a falta de um goleiro deverá ser suprida por um revezamento na meta, o que aguçará o espírito aventureiro do Nilsão como trainee de goleiro-linha. Diante de tal possibilidade, há grandes chances de ser formada novamente a dupla artilheira, com Nilsão preparando os lançamentos e você - no outro time, é lógico-, finalizando. Assim poderá haver uma reedição das folclóricas jogadas das últimas partidas de 2009.

PROBLEMAS COM INFORMÁTICA?

Isso já é passado. Quem tiver dúvidas sobre o Blog da MV ou qualquer outro problema com temas atinentes à informática, Magrão pede para divulgar que criou a "MAGRÃO & CO – SOLUÇÕES CRIATIVAS EM TI", para dar suporte e assessoria aos que se sentirem uns dinossauros no manejo de computadores e na utilização dessas facilidades disponíveis na internet. Ninguém segura a fera!! Apenas um esclarecimento, Magrão é o presidente de honra da empresa e o famoso “& CO” é quem resolve as questões técnicas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A VELHA HISTORIA DAS FLORES E DAS ABELHAS, OU: A ORIGEM DA MÁQUINA VERMELHA


Por Aviro Bondioli*
Da Redação do Blog da Máquina Vermelha


Em depoimento exclusivo do primeiro e único técnico que a MV teve até os dias de hoje, o popular Ênio, conseguimos levantar algumas informações sobre a origem da Máquina Vermelha e de algumas partidas históricas…

Participantes da efeméride

Ênio, Chaim, Lugão, Dina e Aviro; local: bar do Bilú, quinta-feira, 25 de maio de 2000. Horário: incerto – aproximadamente das 22:30 até 01:15. O depoimento do Ênio foi um tanto prejudicado pelo teor alcoólico dos participantes da conversa e pela música ambiente, dada a qualidade vocal da cantora lá do bar.

Assim, queremos antecipadamente nos desculpar por qualquer imprecisão na transcrição das notas da entrevista e desde já nos colocamos à disposição para retificar qualquer ponto que se faça necessário, já que este é o registro da visão do Ênio para os fatos… e o Ênio, como se sabe, tem um postura um tanto quanto radical quando se refere à Máquina Vermelha.

Segundo consta dos anais, a Faculdade de História nunca teve um seleto grupo de atletas em suas fileiras. Conseguia, se tanto, reunir de 3 a 4 atletas para representá-la. Nos idos de 1974 a 1977, a História registrou um crescimento expressivo no número de atletas; desta forma, conseguiu, em 1978 reunir 8 a 10 jogadores para enfrentar a Geologia em uma partida futebolística. De acordo com o registro de A Gazela Esportiva (editada por um certo estudante boliviano de jornalismo), o placar foi de 3x1 para a GEO; segundo o relato do Ênio, o time jogou muito bem, mas foi infeliz nas conclusões, sobrecarregando o trabalho da defesa. Cabe comentar que, como se pode facilmente perceber, já em seu primeiro jogo extra oficial, a Máquina Vermelha estaria iniciando uma conduta esportiva que se perpetua até os dias de hoje, ou seja, a defesa agüenta o tranco e o ataque, em atitude sadomasoquista, se diverte em perder gols…

Após o desastre, houve uma mesa redonda entre os próceres da Atlética da História, a saber, Ênio, Peninha, Plínio e alguns outros nomes a se confirmar posteriormente. Lero vai, lero vem, chegou-se a conclusão de que o time era uma bagunça e que necessitava de um técnico (novamente, qualquer semelhança com os dias atuais não parece ser mera coincidência).

Imbuído do senso coletivo ( e, segundo as más línguas, consciente de suas limitações como center half, ou, modernamente, ala esquerdo) o Ênio avocou para si tal tarefa. E, diga-se, o fez com competência.

A escolha do nome


Corria o ano de 1978, entre os meses de abril e maio. A Reforma Universitária pela qual a USP estava passando havia criado os setores coloridos do campus e, por feliz coincidência, o setor em que se encontravam a Filosofia, a História e outras Faculdades de Humanas era o setor vermelho.
Quando se discutiu o nome para o time, a tendência pelo vermelho foi natural, decorrência da localização geográfica combinada com as tendências políticas dos fundadores. Segundo consta, o Peninha, admirador do Dínamo de Moscou, sugeriu que se adotasse este mesmo nome. O Ênio, em uma antevisão do brilhante futuro da MV, contra argumentou dizendo que o time não era apenas um dínamo, mas um mecanismo completo. Uma máquina. Portanto, uma MÁQUINA VERMELHA.

O primeiro jogo oficial

O primeiro jogo oficial já mostra toda a picardia, a malandragem e o conhecimento futebolístico do pessoal da MV. Sabedores que a história quase sempre registra apenas os nomes dos vencedores das grandes batalhas, os dirigentes maquinianos, de uma forma maquiavélica, maliciosamente marcaram com o time da ECA um jogo histórico (como se sabe, a ECA é conhecida até hoje pela excelência de sua atlética e prática dos esportes coletivos!!!).

Num esforço de reportagem e memorização do Ênio, conseguimos levantar a escalação do time da Máquina Vermelha em seu primeiro jogo oficial, realizado no campus da USP. O placar foi 5 x 1 para a MV.
O DT Ênio mandou a campo o seguinte escrete:

Henrique; Clemente,Plínio,Wagner e Nilson; Peninha,Paulé e Ágio;
Zé Geraldo, Mustafá e Vanderley.


Cabem alguns comentários sobre os atletas: o goleiro tinha algumas deficiências visuais e, dizem, às vezes era prejudicado pelo embaçamento das lentes fundo de garrafa de seus óculos e aceitava alguns gols da intermediária. Mas foi um precursor da moda de se ingerir líqüidos durante a partida. O nosso Henrique levava a cuia de mate para debaixo dos 3 paus e se deleitava com o chimarrão durante os breves instantes que a MV conseguia ir para o ataque.

Contribuições posteriores

Este breve relato da história da MV não teve, não tem e nem terá a pretensão de esgotar o assunto. Desta forma, declaramos que estamos abertos a toda e qualquer contribuição (verdadeira) que venha a ajudar a detalhar a gloriosa carreira da Máquina Vermelha.

A MV é a única instituição etílica/cultural/esportiva oriunda da USP que se mantém na ativa por 32 anos.

*Em maio de 2000, este breve relato foi escrito por Aviro, também conhecido como Abílio, Atílio, Paulo ou Valter. (Foto de então, ou quase).

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

AVISO (O editor, por encargo do Zé Lins)



A temporada 2010 terá início no dia nove de janeiro, pontualmente às 10:30h.

FELIZ 2010, com saúde redobrada a todos para que o Departamento Médico da MV tenha menos trabalho.

Zé Lins

CANETA REVERSA - PARTE FINAL



Por Zé Lins
Da Redação do Blog da Máquina


Assim começa o terceiro ato. Ainda aguardando a aproximação da vítima, The Bic enche os pulmões e finge que vai puxar o contra-ataque. Com os sentidos aguçados, à semelhança de um predador prestes a dar o bote em sua caça, ele sente que a presa está próxima da armadilha e sutilmente puxa a bola para trás, rolando-a próximo ao corpo, por entre as pernas apressadas do Odilon, que vinha alucinado em sentido contrário.

Naquele exato momento, Odilon mal poderia imaginar que o caos se instalara em sua rede neural. Com efeito, parte de um grupo novato de neurônios ordenava-lhe que fechasse as pernas e parte determinava que freasse de imediato. Um grupo dissidente, mais pragmático, sugeria que um leve cutucão, por trás, bem aplicado no tendão do adversário – arte em que, dizem as más línguas, Odilon é catedrático – aliviaria um pouco o vexame e daria, ao atrevido, sinais claros para que fosse cometer tal ousadia em praias distantes. Outra turma de neurônios – ainda sob os efeitos da última palestra sobre orçamento participativo, proferida por ele para uma comunidade quilombola na Serra de Paranapiacaba, defendia a convocação de um plebiscito urgente para discutir o redirecionamento dos recursos disponíveis, na esperança de que algo ainda pudesse ser feito. Os neurônios mais experientes, por outro lado, não estavam nem aí; emitiam sinais desencontrados, pois sabiam que o desastre seria inevitável.

Nessas condições de curto circuito interno, de verdadeiro colapso do sistema de navegabilidade, que o derradeiro ato teve início. Atônito com tantas informações desencontradas enviadas por seu mecanismo interno de defesa e sem qualquer vestígio de harmonia entre cérebro e massa muscular, Odilon perde a passada, não mais se entende com o piso, rende-se à inércia, tropeça nas próprias pernas e, em fração de segundos, executa uma capotada memorável, com um duplo twist carpado com mortal na segunda pirueta, bem diante do júri que, por unanimidade, conferiu-lhe grau máximo em dificuldade e performance. O detalhe mais impressionante é que, na execução do movimento, o seu inseparável boné ia lhe escapando do domínio, porém foi prontamente resgatado em pleno vôo e devolvido ao lugar que lhe é de direito, como se naquele pequeno pedaço de tecido residisse toda sua fonte de energia.

Ciente das conseqüências imediatas para todas as vítimas de lances pouco usuais e quixotescos, sobretudo naquela área do terreno, Odilon ainda tentou dissimular, emendando nova carreira após as piruetas e fingindo que nada acontecera, o que tornou a cena mais pitoresca.

Enquanto isso, Beto Caneta esboçava um sorriso que oscilava entre o sarcasmo e a incredulidade com a cena que acabara de presenciar, cujo desenvolvimento jamais pudera imaginar. Entretanto, todos sabiam que no íntimo havia atingido o seu clímax. Deixou explícita , apenas, a promessa de que não mais repetiria aquele ato por respeito ao adversário, pelo menos no caso do respeitável Odilon.

Caneta Reversa, portanto, é um espetáculo único, irreproduzível. Sem esse aspecto teatral e efeito visual, que só ocorrem naquele quadrilátero ocupado pela MV, não passa de um simples rolinho aplicado de costas. Fim.

CANETA REVERSA - II



Por Zé Lins
Da Redação do Blog da Máquina


Eis a seqüência do que ocorreu em 4 atos. O time do Odilon trocava bola no ataque e ao tentar atingir a meta adversária foi desarmado, permitindo um perigoso contra-ataque, abortado, como se verá adiante, por motivos de foro íntimo. Neste ponto, faz-se necessário dar uma noção do posicionamento dos personagens desta história para melhor se compreender o segundo ato.

Odilon, sem saber do que em breve iria lhe suceder, apoiava o ataque da equipe, pela lateral da quadra à direita do banco de reservas, na chamada faixa maldita, onde tudo que acontece assume proporções cósmicas. Beto Caneta (foto), como sempre, encontrava-se em seu habitat natural, isto é, contemplava o ataque adversário, com as mãos apoiadas na cintura, num dos 4 metros quadrados de que desfruta em cada uma das extremidades da linha divisória da quadra, apropriados por usucapião.

Quis o destino, aquele dia, que o sol estivesse forte, o que forçou The Bic a buscar um posicionamento estratégico, à sombra, na mesma lateral do Odilon, bem em frente da equipe de cronometragem e dos experientes analistas esportivos da MV.

Isso posto, acontece o segundo ato. A bola espirrada pela defesa chega, por obra do acaso, aos pés de Beto Caneta que, em vez de prontamente iniciar um contra-ataque fulminante, segue seus instintos e matreiramente aciona sua visão periscópica à busca de um incauto para lhe desferir o golpe preferido. Afinal, esta é a real natureza daquela criatura! Na qualidade de colaborador tenaz e solidário, Odilon já iniciara desenfreada e ingênua carreira na direção do adversário, para desarmá-lo. (Continua).

CANETA REVERSA - I



Caros leitores(as), o Blog da Máquina, lhes apresenta, em três partes, o último texto de 2009 do cronista maquiniano, Zé Lins (foto), deleitem-se.

Por Zé Lins
Da Redação do Blog da Máquina


Considerando que não houve nenhum registro eletrônico do episódio e para que futuras gerações tenham uma pequena noção do que ocorreu naquela manhã de sábado, de outubro de 2009, o Excelentíssimo Presidente da MV solicitou que se procurasse reproduzir, em texto, a jogada que na ocasião foi batizada de Caneta Reversa. Como solicitação de presidente é sempre uma ordem, realizou-se uma varredura completa no arquivo-morto da MV, na tentativa de juntar os cacos e reconstituir a cena. O resultado da pesquisa, ou da falta do que fazer, encontra-se a seguir.

De antemão, deve-se esclarecer que a misteriosa jogada só se tornou interessante e digna de registro por uma conjunção de três fatores fundamentais: o local, o autor da proeza e o coadjuvante ou vítima. A respeito do local, já se pode imaginar qual seja. Sim, exatamente aquele cinturão verde frontal ao banco de reservas, onde se alojam os olhos críticos mais generosos deste planeta, que não perdem um lance, desde o mais artístico – que, diga-se de passagem, está cada vez mais raro -, até o mais bizarro, cujo acontecimento é o mais esperado e festejado pela mídia.

Beto Caneta ou “The Bic” – autor e executor da jogada-, outra peça-chave na memorável cena, nos últimos anos é mais reconhecido pelas infindáveis canetas ( também denominadas “rolinhos”) que tenta aplicar em seus adversários, do que propriamente pelo número de vitórias que conquista com seu time. No seu receituário futebolístico, marcar e fazer gols são tarefas menores, típicas dos vassalos e não da realeza. Ganhar ou perder, para ele, é um mero detalhe, desde que lhe sussurrem em seus ouvidos um leve “ui”, sinal incontestável de que o adversário acusou o golpe e a “caneta” se concretizou.

No papel de coadjuvante e defendendo as cores adversárias, The Bic contou com o apoio irrestrito do incansável e combativo Odilon, cujas características atléticas contribuíram de modo especial para a dinâmica da jogada. Cabe registrar, desde já, que a impecável participação na cena que protagonizou concedeu ao Odilon várias indicações à premiação da Academia de Hollywood, em particular, na categoria de efeitos visuais. (Continua).

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A SAIDEIRA DE 2009

Por Zé Lins
Da Redação do Blog da Máquina



Fartamente regados a whisky e cerveja, na agradável festa de casamento do Nelsão, “O Teimoso”, “O Fantomas Curintxiano”, na última sexta-feira (19/dez), poucos acreditariam que os atletas da MV, ali presentes – a maioria para conferir com os próprios olhos se tudo era verdade e se solidarizar com a Amanda – seriam capazes de se recuperar em poucas horas e de, pelo menos, comparecer à peleja de encerramento da temporada. Jogar, então, era hipótese remotíssima.

Ledo engano! Para espanto geral, quase todos os jogadores festeiros e ainda não entregues aos cuidados do Departamento Médico (Lugão, Amauri, Bio, Nilsão, Odilon e Zezé) não só apareceram, como jogaram três partidas seguidas, sob um sol de deserto. Não fossem eles, sequer haveria quorum para a formação de 2 times. Aos ausentes, sigam este exemplo!

O DESTAQUE DAS ÚLTIMAS PARTIDAS DO ANO

Por aclamação geral, sem qualquer objeção ou reparo, a dupla Ricardinho/Nilsão foi escolhida como o grande destaque das três últimas partidas da temporada de 2009.

Méritos maiores devem ser creditados ao Ricardinho porque também acumulou a artilharia da rodada. A dupla atuou em perfeita sintonia e a receita era simples: Nilsão preparava a jogada e Ricardinho finalizava sem piedade. Foram 4 primorosas assistências e 4 gols, três dos quais por cobertura do goleiro adversário, com tiros do meio da quadra.

Um pequeno e curioso detalhe: Ricardinho era zagueiro do time amarelo e Nilsão o goleiro - ou melhor, dublê de goleiro-linha -, do time vermelho!

Nilsão conseguiu, com seu futebol solidário, realizar uma grande proeza, qual seja, a de reabilitar a carreira do Ricardinho que andava em declínio e bastante irregular, há algum tempo, devido à falta freqüente de salvo conduto para atuar dois sábados consecutivos.