quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A VELHA HISTORIA DAS FLORES E DAS ABELHAS, OU: A ORIGEM DA MÁQUINA VERMELHA


Por Aviro Bondioli*
Da Redação do Blog da Máquina Vermelha


Em depoimento exclusivo do primeiro e único técnico que a MV teve até os dias de hoje, o popular Ênio, conseguimos levantar algumas informações sobre a origem da Máquina Vermelha e de algumas partidas históricas…

Participantes da efeméride

Ênio, Chaim, Lugão, Dina e Aviro; local: bar do Bilú, quinta-feira, 25 de maio de 2000. Horário: incerto – aproximadamente das 22:30 até 01:15. O depoimento do Ênio foi um tanto prejudicado pelo teor alcoólico dos participantes da conversa e pela música ambiente, dada a qualidade vocal da cantora lá do bar.

Assim, queremos antecipadamente nos desculpar por qualquer imprecisão na transcrição das notas da entrevista e desde já nos colocamos à disposição para retificar qualquer ponto que se faça necessário, já que este é o registro da visão do Ênio para os fatos… e o Ênio, como se sabe, tem um postura um tanto quanto radical quando se refere à Máquina Vermelha.

Segundo consta dos anais, a Faculdade de História nunca teve um seleto grupo de atletas em suas fileiras. Conseguia, se tanto, reunir de 3 a 4 atletas para representá-la. Nos idos de 1974 a 1977, a História registrou um crescimento expressivo no número de atletas; desta forma, conseguiu, em 1978 reunir 8 a 10 jogadores para enfrentar a Geologia em uma partida futebolística. De acordo com o registro de A Gazela Esportiva (editada por um certo estudante boliviano de jornalismo), o placar foi de 3x1 para a GEO; segundo o relato do Ênio, o time jogou muito bem, mas foi infeliz nas conclusões, sobrecarregando o trabalho da defesa. Cabe comentar que, como se pode facilmente perceber, já em seu primeiro jogo extra oficial, a Máquina Vermelha estaria iniciando uma conduta esportiva que se perpetua até os dias de hoje, ou seja, a defesa agüenta o tranco e o ataque, em atitude sadomasoquista, se diverte em perder gols…

Após o desastre, houve uma mesa redonda entre os próceres da Atlética da História, a saber, Ênio, Peninha, Plínio e alguns outros nomes a se confirmar posteriormente. Lero vai, lero vem, chegou-se a conclusão de que o time era uma bagunça e que necessitava de um técnico (novamente, qualquer semelhança com os dias atuais não parece ser mera coincidência).

Imbuído do senso coletivo ( e, segundo as más línguas, consciente de suas limitações como center half, ou, modernamente, ala esquerdo) o Ênio avocou para si tal tarefa. E, diga-se, o fez com competência.

A escolha do nome


Corria o ano de 1978, entre os meses de abril e maio. A Reforma Universitária pela qual a USP estava passando havia criado os setores coloridos do campus e, por feliz coincidência, o setor em que se encontravam a Filosofia, a História e outras Faculdades de Humanas era o setor vermelho.
Quando se discutiu o nome para o time, a tendência pelo vermelho foi natural, decorrência da localização geográfica combinada com as tendências políticas dos fundadores. Segundo consta, o Peninha, admirador do Dínamo de Moscou, sugeriu que se adotasse este mesmo nome. O Ênio, em uma antevisão do brilhante futuro da MV, contra argumentou dizendo que o time não era apenas um dínamo, mas um mecanismo completo. Uma máquina. Portanto, uma MÁQUINA VERMELHA.

O primeiro jogo oficial

O primeiro jogo oficial já mostra toda a picardia, a malandragem e o conhecimento futebolístico do pessoal da MV. Sabedores que a história quase sempre registra apenas os nomes dos vencedores das grandes batalhas, os dirigentes maquinianos, de uma forma maquiavélica, maliciosamente marcaram com o time da ECA um jogo histórico (como se sabe, a ECA é conhecida até hoje pela excelência de sua atlética e prática dos esportes coletivos!!!).

Num esforço de reportagem e memorização do Ênio, conseguimos levantar a escalação do time da Máquina Vermelha em seu primeiro jogo oficial, realizado no campus da USP. O placar foi 5 x 1 para a MV.
O DT Ênio mandou a campo o seguinte escrete:

Henrique; Clemente,Plínio,Wagner e Nilson; Peninha,Paulé e Ágio;
Zé Geraldo, Mustafá e Vanderley.


Cabem alguns comentários sobre os atletas: o goleiro tinha algumas deficiências visuais e, dizem, às vezes era prejudicado pelo embaçamento das lentes fundo de garrafa de seus óculos e aceitava alguns gols da intermediária. Mas foi um precursor da moda de se ingerir líqüidos durante a partida. O nosso Henrique levava a cuia de mate para debaixo dos 3 paus e se deleitava com o chimarrão durante os breves instantes que a MV conseguia ir para o ataque.

Contribuições posteriores

Este breve relato da história da MV não teve, não tem e nem terá a pretensão de esgotar o assunto. Desta forma, declaramos que estamos abertos a toda e qualquer contribuição (verdadeira) que venha a ajudar a detalhar a gloriosa carreira da Máquina Vermelha.

A MV é a única instituição etílica/cultural/esportiva oriunda da USP que se mantém na ativa por 32 anos.

*Em maio de 2000, este breve relato foi escrito por Aviro, também conhecido como Abílio, Atílio, Paulo ou Valter. (Foto de então, ou quase).

Um comentário:

  1. Valeu Jorge.bela iniciativa o Blog da MV.Não cosegui inserir o texto abaixo como comentário: "Se a memoria não me trai, acho que essa é mesmo a origem da MV. Eu fiqueisabendo por alguem, acho que foi o Peninha ou o Zé Geraldo, que estava seformando um time de futebol. Mas acho que jogamos antes com um combinado daGeografia e das Ciências Sociais antes dessa partida. Foi uma especie de treino,não foi bem um jogo oficial. Depois dessa vitória a MV faria historia na USP.Alberto Aggio"AbraçoAggio

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