terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CANETA REVERSA - I



Caros leitores(as), o Blog da Máquina, lhes apresenta, em três partes, o último texto de 2009 do cronista maquiniano, Zé Lins (foto), deleitem-se.

Por Zé Lins
Da Redação do Blog da Máquina


Considerando que não houve nenhum registro eletrônico do episódio e para que futuras gerações tenham uma pequena noção do que ocorreu naquela manhã de sábado, de outubro de 2009, o Excelentíssimo Presidente da MV solicitou que se procurasse reproduzir, em texto, a jogada que na ocasião foi batizada de Caneta Reversa. Como solicitação de presidente é sempre uma ordem, realizou-se uma varredura completa no arquivo-morto da MV, na tentativa de juntar os cacos e reconstituir a cena. O resultado da pesquisa, ou da falta do que fazer, encontra-se a seguir.

De antemão, deve-se esclarecer que a misteriosa jogada só se tornou interessante e digna de registro por uma conjunção de três fatores fundamentais: o local, o autor da proeza e o coadjuvante ou vítima. A respeito do local, já se pode imaginar qual seja. Sim, exatamente aquele cinturão verde frontal ao banco de reservas, onde se alojam os olhos críticos mais generosos deste planeta, que não perdem um lance, desde o mais artístico – que, diga-se de passagem, está cada vez mais raro -, até o mais bizarro, cujo acontecimento é o mais esperado e festejado pela mídia.

Beto Caneta ou “The Bic” – autor e executor da jogada-, outra peça-chave na memorável cena, nos últimos anos é mais reconhecido pelas infindáveis canetas ( também denominadas “rolinhos”) que tenta aplicar em seus adversários, do que propriamente pelo número de vitórias que conquista com seu time. No seu receituário futebolístico, marcar e fazer gols são tarefas menores, típicas dos vassalos e não da realeza. Ganhar ou perder, para ele, é um mero detalhe, desde que lhe sussurrem em seus ouvidos um leve “ui”, sinal incontestável de que o adversário acusou o golpe e a “caneta” se concretizou.

No papel de coadjuvante e defendendo as cores adversárias, The Bic contou com o apoio irrestrito do incansável e combativo Odilon, cujas características atléticas contribuíram de modo especial para a dinâmica da jogada. Cabe registrar, desde já, que a impecável participação na cena que protagonizou concedeu ao Odilon várias indicações à premiação da Academia de Hollywood, em particular, na categoria de efeitos visuais. (Continua).

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